quinta-feira, 22 de maio de 2008

Reflexões na madrugada...


Terça, 20 de maio, 2:26 a.m.


Às vezes ao me olhar no espelho, fico pensando e percebo como é pouco o meu conhecimento sobre minha pessoa. Sei que não sou das piores criaturas, apesar de até escutar o contrário freqüentemente. Pelo pouco que tenho de auto-conhecimento, sei que sou alguém que se entrega às emoções, até esquecendo um pouco de mim mesmo. Isso na verdade nem é bom, ou talvez seja, mas não para mim – já que nem todo mundo aprendeu a ser assim ou dar valor. Nem sempre sei expressar as coisas que sinto, mas sei o quanto é importante e valorizo cada um que me cerca de um jeito especial. Ao olhar algumas fotografias, velhas e recentes, surge uma estranha nostalgia encoberta por tristeza, pois percebo o quanto sempre estive perto de pessoas especiais que me deram e dão suporte nos mais diversos momentos e nem sempre soube demonstrar o quanto as admiro. Tantas dessas pessoas já se foram da minha vida, cada uma seguindo um rumo diferente, deixando apenas saudade. Dói-me lembrar que os momentos felizes vividos com essas pessoas ficarão apenas na memória, até que o tempo se revolte e as apague de vez. É mais difícil do que parece entender que a vida é assim, simples assim: pessoas vêm e vão num piscar de olhos, deixando-nos cada vez mais sozinhos. É assim até que chega a nossa própria hora de partir, sempre deixando alguém atrás. Quando falo em partir, não falo de morte, e sim de destinos que desencontram. Mesmo quando não se desencontram, tanta coisa muda...E o pior é que nem aprendemos a dar valor no momento em que vivemos, e sim apenas quando vasculhamos esses momentos em meio às lembranças. Dizem que isso de solidão não existe, pois para cada pessoa que se vai da sua vida, entra uma nova. Nem sempre é assim, isso é apenas matematicamente falando. Alguém uma vez me ensinou que pessoas são insubstituíveis, e eu escolhi acreditar nisso. Sendo assim, cada um que se afasta deixa um espaço que permanecerá para sempre vazio. Quando chegar a minha própria hora de sair da vida das pessoas, quero que em cada uma delas permaneça um pedacinho de mim, nunca deixando um vazio completo.

Gosto de olhar pela janela e pensar um pouco nas pessoas. Vejo que a humanidade é individualista, materialista e carente de amor – sei que não sou o primeiro a dizer isso. Quando falamos em amor, as pessoas esquecem de pensar que todos querem serem amados. Amor não é algo que deva ser restrito à família, amigos, namorados (as). Amor é algo que cada um possui e pertence a todos. Cada um pode distribuir amor com gestos ou palavras a qualquer pessoa – é algo indolor, que não custa nada e faz um bem enorme. Acho que a vida só é vida mesmo quando descobrimos essa forma de pensar. Viver pensando em todos. E isso ainda é tão pouco perto de tudo que podemos fazer...Não adianta viver reclamando de coisas ruins – devemos nos agarrar com unhas e dentes às coisas boas da vida. O maior erro que eu vejo e que até já pratiquei é o de dizer que ama alguém esperando amor retribuído. Pura enganação. Amor não precisa de dois. Há uma frase que tenho tentado ao máximo pôr em prática: “Eu te amo por nós dois.” Esse sim é o verdadeiro sentimento, que pode ou não ser correspondido. As pessoas estão acostumadas a viver dependendo de ações alheias, o que não leva a lugar nenhum.

Percebi que para a minha vida eu não preciso de alguém que me ajude a contar estrelas. Preciso de alguém que me ajude a tocá-las.

E acreditem ou não, vocês que me puseram estrelas nas mãos, estão sempre no meu pensamento, mesmo que o tempo seja curto para dizer. As coisas mudam, mas sentimentos reais ficam.

E assim a vida segue...Simples assim.



por A.C.¬¬"